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Muhamed Ali x George Foreman: 50 anos da maior luta de boxe de todos os tempos

Ali-x-Foreman: a luta do século faz 50 anos

Quem não se lembra ou ouviu falar da luta entre Muhamed Ali x George Foreman? O icônico combate completou 50 anos! Se tudo o que aconteceu não fosse filmado, diriam que foi uma lenda.

Muhammad Ali. Um nome que ecoa muito além dos ringues de boxe. Nascido Cassius Marcellus Clay em Louisville, Kentucky, em 1942. Ele não apenas se tornou um dos maiores atletas de todos os tempos, mas um ícone cultural, um símbolo de resistência e um porta-voz da justiça social. Sua trajetória meteórica começou cedo, com uma medalha de ouro nos Jogos Olímpicos de Roma em 1960. Logo em seguida, profissionalizou-se. Em 1964, chocou o mundo ao derrotar o temido Sonny Liston, conquistando seu primeiro título mundial dos pesos pesados.

Ali, então, abraçou o nome Muhammad Ali e se converteu ao Islã, numa ousada declaração de sua identidade. Sua recusa em servir ao exército americano durante a Guerra do Vietnã lhe custou seus títulos e o auge de sua carreira, mas o transformou em um herói para muitos. Após anos de exílio, Ali retornou aos ringues com a mesma garra e, em 1974, protagonizou um dos momentos mais lendários da história do esporte: o “Rumble in the Jungle” (O Rugido na Selva), no Zaire, contra o gigante George Foreman.

Muhamed Ali x George Foreman: Mais que uma Luta, um Evento

O “Rumble in the Jungle” fez história. A lendária luta entre Muhamed Ali x George Foreman completou 50 anos ano passado. Vamos tentar descrever algo indescritível, digno dos roteiros de Hollywood. Em 1974, o Zaire, então governado pelo ditador Mobutu Sese Seko, se tornou o palco de um evento que misturou esporte, música e política: a luta entre Muhammad Ali e o campeão mundial George Foreman. Foreman, um gigante de força bruta, era o favorito absoluto. Acreditava-se que sua potência seria demais para Ali, que, aos 32 anos, já era considerado um veterano. Mas Ali, com sua sagacidade e confiança inabalável, tinha outros planos.

A atmosfera em Kinshasa era eletrizante. Para abrilhantar ainda mais o evento, um festival de música foi organizado, reunindo lendas como James Brown, B.B. King, Celia Cruz e Miriam Makeba. Imaginem só: no meio da selva africana, um ringue montado para testemunhar um duelo de titãs, enquanto os acordes de James Brown ecoavam pelos arredores! Um verdadeiro caldeirão cultural.

O filme “Quando Éramos Reis” captura de forma magistral essa atmosfera única. Vemos a preparação dos lutadores, a vibração da multidão, os shows memoráveis e a tensão que pairava no ar. Ali, com seu carisma inigualável, conquistou o povo zairense, transformando-se em um símbolo de esperança e resistência. Foreman, por sua vez, era visto como o americano arrogante, o que só aumentava a torcida por Ali. Muhamad Ali chegou antes no Zaire e incitou, durante seus treinos, a torcida a gritar “Ali bomaye!” (Ali, destrua-o!), após convencer a população zairense que Foreman era europeu (belga). Foreman ficou tão afetado que desejou sair do Zaire, depois de se ferir em um treino com seu sparring, mas o ditador do Zaire não permitiu. A luta do ringue já havia sido vencida por Ali no campo de batalha da mente !

A Luta: A Estratégia do Gênio

A luta em si foi um espetáculo à parte. Foreman, como esperado, começou com tudo, buscando o nocaute com seus golpes poderosos. Ali, porém, adotou uma estratégia ousada e inteligente: o “rope-a-dope”. Ele se encostava nas cordas, absorvendo os golpes de Foreman e esperando o momento certo para contra-atacar. Essa tática, que muitos consideraram suicida, se mostrou genial. Foreman, com o passar dos rounds, começou a se cansar, enquanto Ali, com sua resistência e velocidade impressionantes, se mantinha firme.

No oitavo round, o impensável aconteceu. Ali, com uma série de golpes rápidos e precisos, derrubou o gigante Foreman, nocauteando-o de forma espetacular. O estádio veio abaixo. A multidão delirou. Ali havia provado, mais uma vez, que era o maior.

O Legado Imortal

A luta contra Foreman não foi apenas uma vitória no ringue para Muhammad Ali. Foi uma vitória para a ousadia, para a inteligência, para a resistência. Foi um momento que transcendeu o esporte e se tornou um marco cultural, imortalizado no filme “Quando Éramos Reis”. Ali mostrou ao mundo que, mesmo contra todas as probabilidades, é possível alcançar o impossível. Ele não era apenas um lutador, era um poeta, um líder, um símbolo de esperança. E, acima de tudo, um campeão eterno.

Muhamed Ali x George Foreman: um legado

Quando assistimos UFC e acreditamos que é um fenômeno nunca antes visto, é porque nunca ouvimos falar daquele fenômeno midiático dos idos de 1974! O “Rumble in the Jungle” e da luta entre Muhamed Ali x George Foreman. Aquilo foi muito mais do que uma luta de boxe. Foi um evento que uniu culturas, celebrou a música e consagrou a lenda de Muhammad Ali. Uma história que continua a inspirar gerações e que nos lembra que, com coragem e determinação, podemos rugir contra o mundo.

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1 comentário

comments user
ruthpmont@gmail.com

O documentário é maravilhoso. Um marco daqueles anos loucos.

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